06.10.2017 às 09:48

Resumo da participação da MRS na ABM Week

Por Flávia Junqueira

Chega ao fim a semana de participação da MRS na ABM WEEK 2017. O evento foi marcado por muitas visitas ao stand, contatos e reuniões com alguns de nossos principais clientes da siderurgia, pela apresentação de vários trabalhos técnicos e painéis relevantes. Importantes nomes da cadeia produtiva de aço e logística do país, como representantes do Instituto Aço Brasil (IABr), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (ANUT), estiveram presentes e fizeram um panorama atual, futuro e desafios do cenário de logística, transportes, siderurgia, mineração.

A grande mensagem foi que, em 2017, devido à forte correlação entre PIB, desenvolvimento econômico e consumo de aço, espera-se apenas uma sutil recuperação para a siderurgia, com previsões de crescimento de 9,3% para a produção de aço bruto (número puxado pelo início de produção da CSP – Companhia Siderúrgica PECEM) e 4,5% para o consumo aparente.

Apesar do setor automotivo estar melhorando seus resultados principalmente com exportações para a Argentina, segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), há uma expectativa da construção civil reduzir em 5% este ano.

Segundo o IABr, a crise impactou muito negativamente a indústria do aço e, em 2016, foram paralisadas ou desativadas 78 unidades. A siderurgia está operando com apenas 63% da capacidade instalada, quando o ideal seria operar com, pelo menos, 80%.

O período de 2006 a 2016 foi chamado de “década perdida” devido ao fato de que os indicadores em 2016: produção, vendas, exportações, terem caído aos patamares de 2006. A expectativa é que as vendas internas retomem os níveis de 2013 somente em 2028, visto que o PIB previsto para 2017 é de 0,5% em 2017, 2,5% em 2018 e de 3% a.a de 2019 a 2028.

Para a retomada do setor, no curto prazo a solução seria a exportação e no médio/longo prazo a retomada do mercado interno através de obras de infraestrutura. O IABr ressaltou ainda não só o crescimento da China nos últimos 20 anos como também suas consequências, como, por exemplo, a sobreoferta de aço no mundo e aumento nos níveis de importação direta e indireta de aços pelo Brasil.

Durante a explanação sobre a matriz de transporte brasileira pela CNI, foram apresentados os grandes números, as fragilidades e necessidades de investimentos. Atualmente, 61,1% do transporte de carga é feito pelo modal rodoviário, 20,7% pelo ferroviário e 13,6% pelo aquaviário. Essa matriz atrelada à infraestrutura deficitária no país onera muito os transportes. Vale ressaltar que as rodovias, responsáveis pelo maior volume de carga transportado, só possuem 12,3% de pavimentação.

A ANTF trouxe números destacando o crescimento do transporte ferroviário, de 1997 a 2016 (período no qual a ferrovia passou a ser administrada pela iniciativa privada através das concessões). Na Carga Geral, como um todo, houve incremento de 173,1%, já no minério de ferro e carvão mineral de 142,3%. O crescimento no segmento de contêineres foi de 314,6%, apenas analisando o período de 2012 a 2016.

Em suma, perante os cenários apresentados, é possível perceber a importância da continuidade do trabalho que a MRS vem desenvolvendo, de se posicionar como a alternativa logística mais sustentável e competitiva, agregando valor à cadeia dos clientes e alavancando volumes para a ferrovia.

Por MRS