Railvac: Desguarnecimento total se torna realidade
Projeto traz inovações para a MRS com a chegada do vagão trompa e um novo modelo de trabalho oferece ganhos expressivos para a companhia
Iniciado em março deste ano, o projeto de desguarnecimento de obras de arte da ferrovia do aço tem como objetivo o desguarnecimento total de bolsões (lastro contaminado) para o restabelecimento das condições ideais em trechos da ferrovia com esse tipo de problema em túneis e viadutos mapeados ao longo da ferrovia do aço.
O desguarnecimento de bolsão tem a função de retirar o lastro contaminado da malha, ou seja, as britas da ferrovia que acumularam água e outros detritos ao longo do tempo, para que seja possível recompor o trecho com britas novas e sem contaminação, restabelecendo assim suas funções, dentre elas a de drenagem do lastro. Já o desguarnecimento total de bolsão, além de realizar todo esse trabalho, inclui também o desguarnecimento do lastro contaminado e rígido abaixo dos dormentes, sendo este o diferencial do modelo aplicado no projeto.
O modelo de trabalho consiste em uma composição formada pela desguarnecedora a vácuo (Railvac: equipamento que suga o lastro contaminado como se fosse um grande aspirador), Vagão de Rejeito, dois vagões trompa de reposição de brita e equipe de apoio. A desguarnecedora a vácuo realiza a retirada do lastro contaminado armazenando o material no Vagão de Rejeito. O vagão trompa faz a descarga de brita direcionada no local desguarnecido e, na sequência, a equipe de apoio faz a socaria manual do trecho.
Veja vídeo das máquinas trabalhando
O novo modelo de trabalho traz dois grandes diferenciais:
- A utilização do vagão trompa, que permite a descarga pontual de brita e na quantidade certa, o que seria impossível realizar com os vagões tradicionais;
- A equipe de apoio tem como função realizar a socaria manual da brita restabelecendo as condições necessárias para a circulação do trecho, reduzindo as atividades da socadora de lastro.
Até muito pouco tempo atrás, esse trabalho seria realizado com a utilização de outros recursos da companhia. Seria necessário o acompanhamento de uma composição carregada com brita, de uma reguladora e de uma socadora que, naturalmente, demandavam intervalos maiores da operação de trens.
“Antes, era necessário envolver frentes de serviço com mais equipamentos de grande porte, o que demandava um tempo maior de intervalos para finalizar o serviço, caso contrario, a operação de trens não poderia ser restabelecida. Hoje, todo esse trabalho é feito simultaneamente, alocando menos recursos da companhia e, ao mesmo tempo, entregando uma eficiência muito maior”, revela Eduardo Francisco, especialista da Gerência de Gestão de Projetos Estratégicos da Malha.
Esse é um trabalho que está sendo realizado em conjunto entre a Engenharia, Gerência de Operação de Equipamentos de Via e a área de Projetos.
“Este é um exemplo de cooperação entre áreas que está trazendo grandes resultados de produtividade e qualidade para a companhia. O resultado final dessa ação conjunta é economia de recursos para a empresa e o aproveitamento pleno dos equipamentos que temos disponíveis na MRS”, finaliza Ronaldo Costa, consultor ferroviário e líder dos projetos estratégicos da malha.