30.07.2021 às 19:29

Equipes desenvolvem soluções que garantem mais eficiência e redução de consumo de diesel

O óleo diesel é o combustível usado pelas locomotivas MRS e há uma preocupação constante em desenvolver ações que reduzam o seu consumo, mantendo a produtividade elevada. Isso é economia e uso sustentável dos recursos. As iniciativas de economia de diesel são um exemplo de esforços de inovação, transformação e trabalho em equipe. As ideias são desenvolvidas pelo time de Engenharia de Operação de Transporte, testadas pelos inspetores, maquinistas e manobradores e, depois, formatadas como treinamento por equipes do RH. Entre todas as ações nessa frente, duas delas podem ser destacadas: o cadenciamento de trens de Heavy Haul na Ferrovia do Aço e a instalação da Chave de Isolamento à Distância (CID) nas locomotivas Dash.

Todas as composições de Heavy Haul, ao sair do P1-07, têm um ponto de cadenciamento, um local de parada para a organização da circulação dos trens. A mudança aqui foi justamente nesse local de parada, com a definição de um novo ponto no qual o processo de retomada de viagem dos trens vai demandar menor consumo de combustível devido ao fato de apresentar um perfil de via favorável (descendente) à retomada. A alteração parece simples, porém requer uma série de esforços para mudança no padrão de licenciamento e condução dos trens: equipes do Centro de Controle Operacional (CCO) e de Operação de Trens são demandadas para contribuir no processo de implementação.

Chave CID nas locomotivas Dash

A chave CID foi pensada e concebida com a finalidade de potencializar os ganhos do AESS (sistema/software que liga e desliga o motor diesel da locomotiva sem intervenção do maquinista). A instalação na Frota Dash-9 (GE-C44) é uma expansão do projeto, uma vez comprovados os ganhos com a instalação anterior na frota de AC44.

Para entender o propósito do projeto da chave CID, é importante conhecer, também, a chave EC e o AESS. A chave EC prepara a locomotiva para disponibilizar potência para se movimentar ou para permanecer isolada, mantendo a mesma na condição de marcha lenta. O posicionamento da chave EC só podia ser executado presencialmente, ou seja, o maquinista ou auxiliar teria que ir à cabine da locomotiva comandada para posicionar a chave na posição desejada. O AESS, como antecipado, é um sistema/software que liga e desliga o motor diesel da locomotiva sem intervenção do maquinista, após a verificação de alguns parâmetros. Para religar o motor, é necessário que uma das premissas básicas seja desfeita: uma das premissas da versão inicial era a locomotiva parada (velocidade zero). O AESS está presente na MRS nas frotas de AC44, Dash-9, SD70ACE e SD80ACE.

O papel fundamental da chave CID é posicionar as locomotivas comandadas para a condição isolada. O mecanismo da chave de isolamento à distância possibilita atuar eletricamente na chave EC.

Uma alteração de versão do software do AESS passou a permitir o desligamento de locomotivas em movimento. Desta forma, com a chave CID, a partir da locomotiva comandante o maquinista atua na chave EC da locomotiva comandada, posicionando-a como isolada. Dessa forma, o sistema AESS entende esta premissa e desliga a locomotiva comandada. Com esse processo, todo o consumo de uma locomotiva que anteriormente operava em idle (isolada) durante a viagem, ou seja, nos momentos que elas não são necessárias, é cancelado. Isso significa redução do consumo de óleo diesel e da emissão de gases poluentes (CO2, CH4 e NO2) na atmosfera, além de diminuir o desgaste dos componentes mecânicos, reduzindo o custo de manutenção.

“O recurso da chave CID já está em plena operação na Frota de AC44. A instalação nas frotas das Dash-9 permitirá aferir esses benefícios também nos trens de Carga Geral, composições com maior potencial de ganho devido ao maior tempo de locomotivas com baixa utilização. O trem de Carga Geral tem mais paradas, em função do próprio perfil da carga, que vai sendo incorporada à composição ao longo de pontos da malha. Reduzir o número de paradas ao permitir desligar remotamente as locomotivas de apoio é economia de combustível e ganho de transit time”, explica o especialista ferroviário idealizador do projeto, Valmir Santos.

Todas essas ações têm impacto direto na operação e somente são bem-sucedidas quando testadas pelas equipes e implementadas corretamente, após a sua aprovação.

“A Engenharia tem o papel de inovar e abrir caminhos, mas não fazemos nada sozinhos. As ideias e propostas são criadas pela engenharia e times de campo (inspetores, maquinistas,  especialistas e equipe da manutenção), depois são testadas no dia a dia. E esses testes, o acompanhamento dos resultados, a troca de informações sobre eles, tudo isso é feito em conjunto com as equipes de campo. Sem essa participação e engajamento com o time de operação, não haveria como implementar tantas e tão significativas mudanças”, explica o gerente de Engenharia de Operação de Transporte, Edílson Fonseca.

Por MRS
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