MRS realiza operações entre margens no porto de Santos

A MRS iniciou um serviço inédito de transporte de contêineres por ferrovia entre as duas margens do porto de Santos (Santos e Guarujá). Até então, a transferência de contêineres entre os terminais dos dois lados era feita 100% via caminhão. A solução não era considerada viável para a ferrovia até então, apesar de ser, em alguns casos, até 50% mais econômica.

Foi uma quebra de paradigma. Começamos a testar e vimos que a solução seria viável e interessante para nossos clientes, conta Guilherme Alvisi, Gerente Geral de Negócios (Carga Geral).

O mercado é promissor, pois muitos contêineres são desembarcados do navio em um terminal, mas a carga é desembaraçada em outro, no caso da importação. O mesmo vale na mão inversa, quando o contêiner é estufado em um local e levado a outro para ser embarcado no navio. Há também o serviço para realocação de contêineres vazios entre os terminais.

O serviço começou a funcionar em junho e desde então foram transportados 172 Teus (quantidade equivalente a 6.850 toneladas) entre o Teval, terminal da Libra na retro área de Santos que serve como um pulmão de transferência, e os terminais portuários Embraport e Santos Brasil, em Guarujá. O percurso é feito porta a porta, já que as instalações têm ramais ferroviários que se conectam à malha da MRS (um diferencial competitivo).

A MRS já possui capacidade instalada para transportar 3 mil Teus mensais na rota. A intenção agora é, além de dar escala à operação com os atuais clientes, expandir o negócio junto aos demais terminais que também possuem ramal ferroviário. O Diretor de Operações da Contrail, operadora logística parceira da MRS, reforça a importância do serviço.

O “entre margens” com vagões Double Stack faz parte de uma solução estruturante de reorganização do acesso ao Porto de Santos concebido pela Contrail e MRS, é o primeiro passo para a ferrovia atingir participações mais relevantes no mercado de contêiner, diz Maurício Quintella.

Vagões double stack

O principal atrativo do serviço é o custo, mais em conta que o transporte rodoviário, dada a economia de escala. A operação é feita com vagões double stack, que têm a capacidade de empilhar dois contêineres. A companhia oferece trens diários da margem esquerda para a margem direita em operações que levam, em média, quatro horas.