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04/nov/2015

A ferrovia por trás das lentes de um maquinista

maquinista_foto_internaUma paixão que virou hobby, um ferroviário também fotógrafo. Esse é o resumo de parte da vida do maquinista de Pederneiras Marcos Aurélio Mastelari. Hoje com três décadas de história na ferrovia, Mastelari conta que começou a se aventurar nos cliques em 2006, quando notou que tinha apenas quatro fotos de sua trajetória de 21 anos na ferrovia.

“Quando voltei para a ferrovia, já na MRS, há cinco anos, decidi registrar a história que construía e construo até hoje por aqui. Resolvi que através das fotografias iria reunir um material que contasse um pouco da história da ferrovia”.

O maquinista, que também já passou por Lapa, Utinga e Jundiaí, explica que apesar de sempre ter gostado de fotografia, desde criança, começou a se especializar em 2010.

“Comprei uma câmera semiprofissional e depois a substituí por uma profissional, que uso atualmente e que é minha companheira, onde vou, ela vai comigo. Agora consigo programar melhor a câmera, escolher as configurações que vou usar para cada foto. Em 2012, conheci um grupo de fotógrafos (Trilhas e Trilhos) e acabei expondo algumas fotos em uma exposição que eles organizaram em um shopping de Jaú (SP)”, destaca.

O nicho

O fotógrafo conta que ter a ferrovia como tema principal de seus registros foi uma escolha bastante simples, uma decisão praticamente natural.

“Primeiramente porque sou apaixonado por ferrovia e tenho uma ligação que já dura 30 anos, logo, passei a conhecer, cada vez mais, pessoas apaixonadas pela ferrovia. Outro fator que contribuiu com a escolha foi o simples fato da profissão de ferroviário ser pouco conhecida pelas pessoas, isso faz com que seja muito bacana fotografar e mostrar nosso local de trabalho para as pessoas”.

Além da paixão pela ferrovia, Mastelari usa sua sensibilidade desenvolvida na fotografia para revelar a pessoas de fora da ferrovia a magia que há sob os trilhos.

“Às vezes faço foto no próprio ambiente de trabalho e os colegas dizem que não conseguem enxergar o que eu enxergo. Todos falam que a fotografia mostra o que as pessoas não enxergam, mas nós ferroviários com certeza temos essa capacidade”, destaca.