MRS reduz necessidade de manutenções corretivas em vagões
A redução de mais de 13% em manutenções corretivas mostra também o resultado dos investimentos em confiabilidade
Ao longo de todo o ano de 2014, foram necessárias 8.953 manutenções corretivas em vagões da MRS. No mesmo período de 2015, esse número caiu para 7.759, uma redução de 13,4%. Para Leandro Medeiros, gerente geral de Manutenção de Vagões da MRS, o número representa, entre outras coisas, o resultado dos investimentos que a empresa tem feito em confiabilidade dos ativos.
“Ao contrário do que muitos podem imaginar, a realização de uma manutenção corretiva não significa necessariamente a correção de uma falha no vagão. Por exemplo, fazemos uma previsão de realizar cerca de 600 manutenções corretivas no mês, isto não representa que tivemos 600 falhas, pois aproximadamente 90% destas corretivas são identificadas preventivamente em inspeções nos pátios”, explica Medeiros.
Ele ressalta ainda o esforço feito para manter a frota em ótimas condições de uso.
“Em 2014, por exemplo, realizamos 12.048 revisões preventivas, o que já está gerando frutos positivos para a companhia. É o trabalho constante e incansável realizado pelas oficinas próprias da MRS e também pelas empresas que são nossas parceiras”, afirma Medeiros.

Oficina administrada pela Serval
Um dos parceiros mencionados é a empresa Serval, que possui 64 colaboradores que atendem diretamente a MRS na manutenção de vagões em Barão de Angra, em Paraíba do Sul/RJ. Para que contratos desse tipo sejam fechados com a MRS, é necessário que a terceirizada atenda a uma série de exigências voltadas à segurança e eficiência.
De acordo com Alexandre Tannus, diretor comercial da empresa, recentemente foram implantadas ações de segurança na oficina, como caminho seguro, sinalizações de alerta e advertência, isolamento de áreas restritas em alguns setores da oficina, treinamentos e cursos de reciclagem periódicos.
“Estamos no 7º ano de parceria com a MRS e nunca tivemos qualquer ocorrência grave. Temos projeção de investimentos em infraestrutura, equipamentos, ferramentas e o principal que é a qualificação de nossos profissionais. Nosso foco tem sido, cada vez mais, a segurança de nossos colaboradores e a qualidade da manutenção. Estamos, também, nos estruturando nos conceitos de Oficina Modelo, que é uma meta a ser alcançada brevemente”, diz.

Um dos 293 colaboradores Trail que prestam serviços para a MRS
Para a Trail, outra empresa que está pleiteando tornar a oficina de Cachoeira Paulista uma Oficina Modelo e que presta serviços para a MRS há 12 anos, o treinamento dos colaboradores em relação aos procedimentos de manutenção é fundamental.
“Adotamos o programa de Apadrinhamento e o Treinamento POP (Procedimento Operacional Padrão). Ele consiste em acompanhar o colaborador em experiência. Ao ser admitido, o profissional passa por um período de experiência de 90 dias, nos quais ele é acompanhado pelo que costumamos chamar de padrinho (um outro funcionário mais experiente). Após 30 dias, é realizada uma primeira avaliação. Aos 70 dias, esta avaliação é refeita e, se o desempenho estiver a contento, o colaborador é submetido a uma avaliação teórica, operacional e de Segurança do Trabalho. Sendo aprovado na avaliação teórica, aos 90 dias o colaborador é efetivado”, explica o gerente da empresa Antônio Guilherme Ribeiro Grilo.
Conceito de Oficina Modelo
O Projeto Oficina Modelo, que teve início em 2012, tem por objetivo a redução de acidentes no local de trabalho causados por desorganização (em 2012, 24% dos acidentes pessoais tinham como causa raiz a desorganização) e a melhoria da confiabilidade dos ativos. A Diretoria de Engenharia e Manutenção adotou uma lista com parâmetros a serem cobrados das oficinas, que avaliam identificação interna e externa da oficina, condições das instalações e dos equipamentos, literatura técnica, registros, parâmetros referentes à capacitação dos funcionários e ao meio ambiente.
Há visitas agendadas e também não programadas das equipes de auditoria. São dadas notas de zero a cinco para cada parâmetro. Desde 2013, a Diretoria de Engenharia e Manutenção da MRS concede um certificado em placa de aço às oficinas que atingem resultado igual ou superior a 4,5 pontos na auditoria. Atualmente, são seis Oficinas Modelo na MRS.

Oficina do Horto Florestal em Belo Horizonte
Quatro delas foram recertificadas em 2015: a Oficina RCM – Recuperação de Componentes Mecânicos para Locomotivas e a Oficina RCE – Recuperação de Componentes Elétricos (ambas no Horto Florestal, em Belo Horizonte), a Oficina de Locomotivas e a Oficina estaleiro de soldas trilhos (Barra do Piraí, no Rio de Janeiro); e duas foram certificadas: a Oficina Torno de Rodas Vagões – CTR (Conselheiro Lafaiete/MG) e a Oficina de Recuperação de Componentes de Vagões RCR (Horto Florestal, em Belo Horizonte).
A MRS registrou vários ganhos, como evolução de 91% nas notas de auditoria, redução de acidentes pessoais, melhoria na confiabilidade de ativos, entre outros.