23.07.2020 às 16:37

Restauração da Estação de Campo Grande, em Paranapiacaba

Mais uma edificação histórica começa a ser restaurada na Vila de Paranapiacaba, em Santo André. É a Estação Ferroviária de Campo Grande, uma parada localizada entre Rio Grande da Serra e Paranapiacaba, inaugurada em 1889. A obra, patrocinada pela MRS Logística, está sendo realizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com valor aprovado de R$ 1.746.599,96. O escritório de arquitetura e urbanismo, especializado em restauração de Patrimônio Histórico Cultural, Contemporânea Paulista coordena o restauro, que teve início no primeiro trimestre de 2020. A entrega está prevista para os próximos meses.

A Estação Ferroviária de Campo Grande é um edifício histórico construído na segunda metade do Século XIX pela empresa inglesa São Paulo Railway. Atualmente, o local está sob responsabilidade da MRS Logística, concessionária de transporte de carga pela ferrovia, e se tornará um centro de controle operacional das composições MRS que trafegam pela região em direção ao Porto de Santos ou retornando no sentido do interior de São Paulo, entre outros destinos.

“A MRS tem grande participação em ações de recuperação do patrimônio histórico, em especial quando relacionado à memória ferroviária. Participar do processo de recuperação da Estação de Campo Grande é um privilégio. É uma forma de contribuir para a valorização da ferrovia e da atividade ferroviária”, diz o gerente geral de Relações Institucionais SP da MRS Logística, José Roberto Lourenço.

Com 300 m² de área construída e 7.500 m² de área externa, a estação estava abandonada há cerca de 20 anos, repleta de mato e com risco de desabamento. O projeto de restauração foi elaborado pelo arquiteto Laerte Gonzalez. A Contemporânea Paulista, das arquitetas Cristina Machado e Fabiula Domingues, é responsável pelo gerenciamento da obra que está sendo executada por empresa especializada na recuperação de elementos originais como as telhas, tijolos, madeiramento estrutural da cobertura e a argamassa de revestimento.

O projeto cultural de Restauração da Estação Ferroviária de Campo Grande é referenciado pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS da ONU. A iniciativa tem apoio da Prefeitura de Santo André e do Comdephaapasa – Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André.

“A recuperação de estações ferroviárias cria novas possibilidades para estes locais, sob o aspecto turístico e econômico, e ainda desperta questões a respeito da mobilidade e da volta do transporte de pessoas pela rica malha ferroviária ainda presente no Brasil”, afirmam Cristina Machado e Fabiula Domingues, da Contemporânea Paulista. As arquitetas explicam: “Nossa maior ambição é fazer com que o patrimônio histórico seja cada vez mais compreendido pela sociedade. Um bem restaurado, além de permitir novas experiências, é um legado para as futuras gerações”. “Seguimos o lema: preservar o patrimônio para consolidar a nossa história”, completam.

Durante a execução da obra, também serão oferecidas ao público, gratuitamente, atividades educativas. O objetivo destas práticas é informar a população sobre as riquezas da região e, desta forma, incentivar a difusão e a preservação da memória, por meio do patrimônio histórico. As oficinas serão organizadas por Doutores e Mestres com formação multidisciplinar na USP, UNICAMP, UNESP e PUC-SP, sob coordenação do Mestre em Antropologia Social pela USP Carlos Eduardo Gimenes e da Arquiteta e Urbanista Ana Paula Soida.

Por MRS