27.12.2019 às 11:09

Artigo: Não há nada tão bom que não possa melhorar

Por Gustavo Bambini, diretor de Relações Institucionais

Há cinco anos o Governo Federal vem conduzindo um complexo e importante processo: a renovação antecipada das concessões de transporte de carga pela ferrovia. O tema é estratégico para o crescimento do país e a MRS Logística é uma das empresas cuja renovação das atividades está em análise pelo órgão regulador – a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) -, pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Ministério da Infraestrutura, que é o formulador das políticas públicas para o setor.

Para além dos óbvios interesses da empresa na renovação antecipada, esse processo estimula, de forma inequívoca, o incremento do share deste modal na matriz de transportes brasileira através de investimentos estruturantes, não somente em obras de ganho de capacidade ferroviária, como é o caso da ampliação de pátios, remodelação da via permanente, compra de novos vagões e locomotivas  e construção de terminais intermodais, mas também em melhorias com relação à segurança ferroviária, com obras que eliminarão conflitos urbanos. Construiremos viadutos, passarelas, segregações de linha de carga e de passageiros na Região Metropolitana de São Paulo, além de uma infinidade de obras que garantirão uma melhor convivência entre a ferrovia e os nossos vizinhos: a comunidade.

Tudo isso vai ser possível e está sendo discutido no âmbito da renovação da concessão da MRS. Esse é um instrumento já previsto no nosso contrato de concessão e ganhou ainda mais força com uma legislação específica e novas normas para o setor. A renovação só será possível mediante a contrapartida de investimentos obrigatórios que darão início a um ciclo intenso de evolução da logística do Sudeste brasileiro. Isso significa mais emprego e renda, mais competitividade para a nossa indústria e, de quebra, custos inferiores para o consumidor final.

A concessão original da MRS foi estabelecida em 1996, com duração até 2026. Com a renovação antecipada, esse prazo será estendido por mais 30 anos, seguindo até 2056. Para a companhia, essa ampliação de horizonte é fundamental para permitir que os investimentos possam continuar sendo realizados, produzindo retorno em tempo hábil. O Plano de Negócios, submetido pela MRS, tem investimentos que podem superar R$ 7,5 bilhões, sendo R$ 4,4 bi destinados a projetos de interesse público e o restante a obras de ganho de capacidade para o modal. O portfólio de projetos foi discutido com a sociedade através de audiências públicas, realizadas em 2019, e será avaliado e definido pelo Ministério da Infraestrutura, claro, passando pelo crivo da ANTT e do TCU.

Os investimentos da MRS serão também fundamentais para reaquecer a indústria ferroviária nacional, produzindo efeito econômico em cascata nos três estados em que atua. Serão montantes extremamente expressivos para o próximo ciclo, chegando a R$ 17,7 bilhões por meio dos investimentos para aumento de capacidade (aquisições de novos vagões e locomotivas, por exemplo) e os de sustentabilidade dos ativos (como muitos dos investimentos relacionados à renovação da via férrea).

Nosso Plano de Negócios tem forte ênfase na expansão do que costumamos chamar de Carga Geral. Nessa categoria estão todos os tipos de carga em contêineres, produtos siderúrgicos, insumos para a construção civil, enfim, tudo o que não é commodity mineral. Até aqui, o nosso crescimento neste segmento já foi representativo, hoje a Carga Geral corresponde a 32% de tudo o que transportamos. Com os investimentos da renovação, essa participação tende a superar os 47% ao longo do novo prazo de concessão.

Com o processo de renovação, haverá uma ampla modernização regulatória, isto é, dos mecanismos de controle e aferição da performance do concessionário sob o ótica do Poder Concedente (a União). Estão previstas iniciativas em áreas como pesquisa e desenvolvimento tecnológico e novos compromissos com a preservação da memória ferroviária, entre outros aspectos aprimorados para esta nova fase da concessão da MRS.

Em seus 23 anos de existência, a MRS conseguiu reverter o delicado quadro que se apresentava, na segunda metade dos anos 1990, para se enquadrar entre as mais produtivas ferrovias de carga do mundo. Logo nos dez primeiros anos após a renovação da concessão, um período curto para a escala ferroviária, já serão sentidos os efeitos ampliados sobre clientes, sobre as economias de estados e municípios onde a MRS está presente e sobre a indústria ferroviária.

Foi uma longa caminhada até aqui, sustentada pelo trabalho dos ferroviários, investimentos constantes e muita inovação. Mudando um pouco o ditado popular, nada é tão bom que não possa melhorar. Estamos em busca de um novo começo, uma nova jornada em direção à ferrovia do futuro. #mrs2056

Por MRS