Recuperação do patrimônio histórico da ferrovia
MRS dá suporte técnico à associação que trabalha para manter viva a memória ferroviária
Em setembro de 2020, muitos jornais e sites, principalmente veículos do estado de São Paulo, noticiaram o deslocamento de três locomotivas elétricas entre a cidade de São Paulo e o município de Cruzeiro. As máquinas foram doadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) à Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF) e ao Instituto de Memória Ferroviária (IMF). Com a decisão, as entidades passam a ser as responsáveis pelos ativos e devem utilizá-los para fins de preservação da história da ferrovia.
As locomotivas estavam num galpão na Estação da Luz. O deslocamento até Cruzeiro, no interior paulista, foi de cerca de 200 km. O trajeto adotado foi sair da Luz e ir até o pátio de Manoel Feio, de onde elas seguiram para São José dos Campos e depois cumpriram a etapa final da viagem até Cruzeiro.
Essa operação levou quatro dias para ser concluída, foi bem sucedida e demandou a participação de equipes de áreas da MRS como RI-SP (Outras Ferrovias), RI-MG (Regulação), GOT SP e RJ (operação e pátios), CCO (Tráfego de Trens, PPCM e Equipagens), Manutenção de Vagões SP, Manutenção de Locomotivas SP, Engenharia da Manutenção, Engenharia de Transportes, SMA-SP e Segurança Patrimonial SP.
A ABPF publicou um boletim disponível em seu site institucional indicando que essa foi “uma das maiores operações de resgate de material ferroviário histórico já realizadas no país”. A entidade destaca o papel da MRS no processo.
“Nossos agradecimentos à MRS, que se sensibilizou e nos ofereceu todo o apoio para a operação, abrindo horários em sua grade para encaixar o nosso trem, fornecendo equipe de apoio e escolta para a composição durante todo o trajeto na linha sob sua concessão, bem como vigilância constante nos locais onde o trem pernoitou. Sem esse apoio esse resgate não teria sido possível. A MRS demonstrou todo o seu profissionalismo e seriedade em organizar e viabilizar toda a logística da operação, bem como a sua atenção para com a memória ferroviária nacional”, afirma a ABPF no boletim.
Destino das locomotivas
As três locomotivas, uma GE “V8” fabricada em 1946 e duas English Electric, fabricadas em 1949 e 1955, respectivamente, estavam sem atividade há mais de duas décadas. Elas serão preservadas pela ABPF em Cruzeiro, onde a associação tem uma oficina de locomotivas e um pátio com material ferroviário histórico. Essas peças sob custódia da ABPF irão compor um museu ferroviário, que está em construção.