Depois de muito trabalho e garantia de segurança, operação ferroviária com 272 vagões vazios é homologada

Testes com trens carregados passam a ser o foco das equipes envolvidas no projeto

O projeto do trem formado por 272 vagões vem sendo estudado ao longo dos últimos anos na MRS. O tempo foi necessário para garantir a segurança da operação por meio do uso de equipamentos de última geração e a realização de testes, que foram intensificados durante os últimos meses e garantiram a evolução dos trabalhos.

Além de aperfeiçoar o procedimento de condução dos trens vazios, mediante treinamentos e capacitação, começaram a ser instalados equipamentos que possibilitarão a circulação do trem carregado.

A MRS acaba de homologar a operação do trem vazio, e a próxima etapa, em 2022, será de testes com o trem carregado na ferrovia do aço. A previsão é de que o treinamento de condução dos maquinistas com a composição carregada seja iniciada ainda em março deste ano.

Desde o início do projeto, maquinistas e inspetores passaram por uma série de treinamentos e por diversas viagens de teste em campo. Além disso, para a garantia da confiabilidade da operação, foram instalados alguns equipamentos. Locomotivas receberam equipamentos de Locotrol XA (Locotrol de arquitetura estendida, traduzido do inglês) que possibilita a circulação do trem na malha, melhorando a comunicação entre locomotivas líderes e remotas. A nova tecnologia também traz benefícios para a comunicação entre a Locomotiva Líder do trem e o equipamento de segurança operacional instalado no vagão da cauda do trem, o EOT (End Of Train).

O especialista ferroviário Fernando Teixeira explica que o objetivo principal do projeto é conseguir viabilidade técnica e operacional para que o trem com 272 vagões se transforme em mais uma solução de capacidade para a operação ferroviária da MRS.

“O ano de 2021 foi fundamental para o projeto, o modelo ganhou força e maturidade com a circulação de trens vazios entre Santa Rosa (Itaguaí – RJ) e Mário Castilho, na região de Conselheiro Lafaiete (MG) e, além disso, realizamos, no dia 15 de dezembro, a circulação de um trem carregado com mais de 35 mil toneladas entre P1-07 e Bom Jardim de Minas. Também existem estudos de viabilidade para aumentar o trecho de circulação do trem carregado a partir de Bom Jardim, após projetos de investimentos de repetidoras de Locotrol na região. Esse trabalho só foi possível graças ao empenho e à dedicação de um time sensacional.”

O projeto é liderado pela área de Engenharia de Operações, mas é conduzido de forma multidisciplinar, envolvendo a participação de várias áreas nos estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, desde a oficina até o centro de controle, o que corrobora a importância do trabalho em equipe do time MRS. 

“É gratificante fazer parte deste projeto, pois, além da importância relacionada à produtividade, ele chega para quebrar paradigmas e inovar a operação de trens da MRS”, pontua o inspetor de Operação de Trens Everton Losch. “Já estudamos a viabilidade de aumentar o percurso de circulação do trem vazio no trecho do ramal do Paraopeba e também na Frente Norte”, acrescenta.

Benefícios do modelo 272

Além de transportar um volume maior de uma única vez, há outros benefícios que serão proporcionados não apenas relacionados ao atendimento à demanda futura. A possibilidade de trens com 272 vagões é considerada, também, como uma possível solução para minimizar os impactos futuros que serão gerados pelas manutenções e grandes intervenções na via permanente, considerando a necessidade de intervalos. 

Além disso, apesar do tempo maior que um único trem ocuparia a passagem em nível, elas seriam ocupadas menos vezes ao longo do dia, o que resulta em menos tempo impedindo o trânsito das cidades.

“O projeto do trem de 272 vagões prepara a MRS para alcançar os objetivos estratégicos, gerar mais eficiência na produção e otimizar os recursos por meio de novas tecnologias. Pra nós da Operação de Trens do Rio, é uma grande oportunidade participar desse projeto. Nosso time está desenvolvendo as equipes desde a montagem do EOT, a formação do trem e a condução do 272. O objetivo é aumentarmos a cadência deste trem em um por dia e estamos trabalhando fortemente com as equipes para que alcancemos mais este marco para a companhia”, destaca a coordenadora de Operação de Trens Ludmila Ribeiro.

O diretor de Operações da MRS, Daniel Dias, faz questão de ressaltar dois outros benefícios do projeto que, nem sempre, são lembrados quando se fala no trem de 272 vagões.

“Além de todos os benefícios já apresentados, o trem de 272 abre portas para soluções que envolvem o transporte de Carga Geral. É um modelo operacional que vai garantir uma menor ocupação da malha e de recursos, trazendo ainda mais capacidade, sinergia e eficiência para o Heavy Haul e também para os trens de Carga Geral”, diz.

Ainda de acordo com Daniel Dias, o projeto também está em linha com as melhores práticas ESG.

“Não menos importante é o avanço que vamos conquistar na frente de Eficiência Energética. Transportaremos a mesma quantidade de carga usando menos combustível. Bom para a empresa, do ponto de vista da sustentabilidade econômico-financeira, e excelente para o meio ambiente, com menos CO2 sendo gerado. Gostaria de agradecer a todo o time MRS, de todas as área que se envolveram neste projeto conosco, é uma vitória de todos nós!”, finaliza.

 

| Publicado em 11.2.2022

Por MRS