MRS, em parceria com VLI e Rumo, apresenta projeto que vai sistematizar a programação de trens na Baixada Santista
Nos dias 24 e 25 de janeiro, na sede da Escola SENAI, em Santos, representantes da MRS, juntamente com as ferrovias Rumo e VLI, apresentaram o projeto do Portal Baixada aos programadores das três concessionárias que compõe a Célula Integrada de Ferrovias que atua na região. A plataforma está sendo desenvolvida com objetivo de facilitar o trabalho dos programadores na operação do trecho compartilhado, bem como promover melhoria operacional e garantir o atendimento à ampliação do volume transportado pelas empresas. A elaboração do portal está prevista nos processos de renovação da concessão da malha ferroviária, sendo essa a segunda entrega de um total de cinco fases.
O gerente geral de Operações em São Paulo, Isaac Santos, abriu o evento fazendo uma breve retrospectiva sobre o processo de aproximação entre as concessionárias. Ele lembrou que a comunicação efetiva entre elas foi estabelecida há bem pouco tempo e, a partir de agora, ganhará um novo gás com o fortalecimento da Célula das Ferrovias e a implementação do sistema integrado para a programação.
“Antigamente, cada ferrovia trabalhava com foco apenas em si mesma: com os seus objetivos, seus clientes e sua operação, ainda que compartilhando a mesma linha e chegando no mesmo lugar, o Porto de Santos. Começamos a puxar um trabalho mais sinérgico por volta de 2015, quando os líderes da época iniciaram conversas sobre planos integrados para a Baixada Santista, uma vez que todas estão no mesmo lugar e tinham como objetivo comum ampliar a participação do modal ferroviário no atendimento aos terminais do Porto de Santos, com operação mais eficiente e produtiva.”
Com o avanço na interlocução entre as empresas, foi criada, em 2016, a Célula das Ferrovias que hoje reúne com sucesso programadores e gestores das três concessionárias para decidir de forma compartilhada a programação de circulação de trens no trecho sob concessão da MRS, conhecido como Ferradura, que permite o abastecimento pelo modal no porto.
“Há poucos anos, o processo de programação implementado em torno da Célula de Ferrovias foi apresentado à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e ao Tribunal de Contas da União (TCU). As entidades concluíram que o modo como conduzíamos a operação ferroviária na ‘Ferradura’, com decisões compartilhadas e visão sistêmica, era benchmarking para modelos operacionais parecidos em outras regiões e ferrovias no Brasil e até mesmo dentro do próprio Porto de Santos em sua ferrovia interna (FIPS). Com a evolução do processo de renovação antecipada da concessão da MRS, fomos solicitados a propor maneiras de melhorar ainda mais o que já fazíamos, trazendo novidades na forma e tecnologia para facilitar o trabalho de programadores, aumentar a produtividade dos ativos e a capacidade de atendimento na região”, completa Isaac.
O coordenador de Soluções Digitais e líder da MRS no grupo de trabalho com as demais ferrovias Gabriel Munhoz, destacou a importância do workshop para o envolvimento dos programadores no processo.
“Acredito que cumprimos o objetivo do workshop de dar todo o contexto, porque uma das missões era dar visibilidade não só de curto prazo, mas envolver os programadores no processo, para que enxerguem o propósito e a importância na participação de cada um deles nas próximas etapas de desenvolvimento da solução e na adoção da ferramenta.”
O programador de intercâmbios da MRS, na Célula de Ferrovias, Deivid Carneiro acredita que o Portal vá agilizar o trabalho e trazer ganhos às concessionárias.
“É muito importante essa integração entre as ferrovias e, dessa forma, iremos ganhar mais tempo e agilidade no trabalho. Desde o começo da Célula, temos evoluído bastante, mas ainda podemos melhorar, principalmente no que se refere às informações que vem dos terminais, que hoje chegam de forma tardia. Com o novo Portal, conseguiremos reduzir os impactos.”
Renovação da Concessão e os compromissos assumidos
A partir daí, a MRS propôs em seu processo de renovação antecipada da concessão investimentos no desenvolvimento de soluções para um novo modelo operacional na Baixada Santista. A proposta prevê, em cinco fases, a formalização da governança praticada, a sistematização das informações por meio do Portal Baixada, a automatização do sistema com a otimização da programação, a integração entre ferrovia e porto e, por fim, a integração física através da construção de um prédio que vai abrigar a Célula de Ferrovias e o Centro de Controle Operacional Integrado da Baixada. Com painéis compartilhados para o controle operacional conjunto e próximo, o CCO Integrado irá garantir mais fluidez e rapidez nas decisões sobre a circulação em determinados trechos das linhas que suportam o porto de Santos.
“Recebemos o desafio de atuar conjuntamente e estruturar esse processo de transformação e mudança da Célula da Baixada. O trabalho foi muito voltado ao espírito de colaboração e integração entre as ferrovias e, agora, contamos com o apoio dos programadores para dar um feedback e testar à medida em que formos evoluindo na construção do sistema”, explica a analista de Execução de Planejamento de Curto Prazo na VLI e integrante do grupo de trabalho que conduz as iniciativas Andressa Chaves.
Conheça o plano de desenvolvimento e entregas do Portal
O Anexo 9 do contrato de renovação da concessão MRS determina a implementação do novo modelo operacional na Baixada Santista, com foco em quatro aspectos essenciais: transparência, capacidade de reação, integração e otimização. Na fase atual, número 2, os trabalhos estão concentrados em dar visibilidade com transparência às informações da programação diária para todas as interfaces e também para a ANTT.
Para isso, o Portal Baixada começou a ser estruturado em outubro de 2022, e agora o time de desenvolvimento dá início a uma série de seis entregas que serão finalizadas em julho deste ano, com a versão completa em operação. O plano proposto envolve a atuação direta dos programadores em cada uma das entregas, em três etapas a partir do desenvolvimento inicial. Eles vão acompanhar os testes das funcionalidades disponíveis, na sequência serão treinados, e passarão a operar de forma assistida, reportando erros e possibilidades de melhoria a cada uma das entregas. Isso permitirá que cada etapa entregue seja avaliada a tempo de ajustes antes da finalização do projeto, garantindo potencial máximo de sucesso.
“Esse é um projeto muito importante para o sistema da Baixada Santista. Falamos muito sobre um sistema único, independente da empresa, o importante é que todas as concessionárias tenham os seus trens recebidos e seus objetivos alcançados. Para a Rumo, isso significa aumento de produtividade e capacidade para o sistema Porto, como costumamos dizer”, comenta o gerente executivo de Operações da Rumo Edison Citelli.